
Em 2008 vários sites como: cabeçadecuia.com / meionorte.com / jornalesp.com divulgaram em suas páginas que em maio do mesmo ano Esperantina seria contemplada com a instalação de uma Usina de beneficiamento de coco babaçu. Na época, não se falava em outro assunto, o biodiesel seria a salvação para as pessoas que trabalham na coleta e venda de babaçu em Esperantina e região.
Passado o oba-oba inicial em torno da produção de biodiesel – outro fiasco volta à questão: o que é feito de verdade para tirar o território dos cocais da miséria? Somente fóruns e programas superficiais que apenas mascaram o atraso histórico? As técnicas de plantio em nossa região remontam à idade média européia. Agricultura familiar nada mais é que outra nomenclatura para as roças de subsistência da época de ocupação do território.
Há poucos dias uma equipe de TV do estado mostrou as potencialidades de Esperantina, que se resumiram em duas: uma indústria de subprodutos de babaçu e um criatório de peixes. O que temos de potencial econômico resume-se a isso? E a mão do estado só é estendida para distribuir esmolas oficiais?
Se no passado não havia desenvolvimento porque todo o babaçu era propriedade dos impiedosos latifundiários, o que impede agora a região de debutar economicamente, se temos assentamentos localizados em áreas de ocorrência de babaçuais e fartamente irrigados com programas de repasse de verbas? A proposta de crescimento tem que ficar somente no apoio às primitivas técnicas extrativistas? Quando se incentiva – a pretexto de manter identidades e tradições – pessoas a perpetuarem determinado modo de vida, condenam-se as mesmas a nunca sair da condição em que se encontram, social e economicamente, apesar das peremptórias negativas.
Melhor seria a diversificação de atividades, com a introdução de novos modelos de desenvolvimento ou alternativas economicamente viáveis em nossa realidade. Será isso ou viveremos eternamente à custa de recursos federais, quando não, da boa índole de entidades internacionais de ajuda, no eterno ciclo de subdesenvolvimento terceiro-mundista.
O fato é que até hoje os esperantinenses esperam pela instalação dessa usina, o que era para se tornar realidade, não passou de mais uma jogada de marketing politico com fins eleitoreiros de representantes do partido vermelho.
Fonte: Sine Fide (texto adaptado)
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