Foto: EFE/Marcelo Sayão |
Uma comissão
externa criada pela Câmara dos Deputados vai acompanhar as investigações do
incêndio na boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O grupo deve
também apresentar uma proposta para unificar os procedimentos do Corpo de
Bombeiros e das prefeituras na concessão de alvarás para o funcionamento das
casas noturnas. Os prefeitos, no entanto, divergem sobre a necessidade de
aprovação de uma lei federal com parâmetros mínimos de segurança para
funcionamento de boates e casas de show.
O deputado Fernando Francischini (PEN-PR) informou que, quando a Câmara retomar os trabalhos legislativos, na próxima semana, vai apresentar projeto de lei para proibir o uso de materiais perigosos em casas de festas e boates. A proibição valeria para materiais de isolamento acústico e térmico que tenham alto índice de toxidade ou que sejam facilmente inflamáveis.
O deputado Fernando Francischini (PEN-PR) informou que, quando a Câmara retomar os trabalhos legislativos, na próxima semana, vai apresentar projeto de lei para proibir o uso de materiais perigosos em casas de festas e boates. A proibição valeria para materiais de isolamento acústico e térmico que tenham alto índice de toxidade ou que sejam facilmente inflamáveis.
Atualmente,
o processo de licenciamento das casas noturnas e as normas de segurança para
esses locais são determinados por leis estaduais e municipais.
O prefeito
Nicolau Khon, de Aurora (SC), é um dos que apoia a criação de uma lei federal
sobre o tema. Segundo ele, como a cidade é pequena, com pouco mais de 5 mil
habitantes, a prefeitura fica sujeita a pressões e, muitas vezes, as leis
municipais não são respeitadas.
"Toda lei federal é cumprida a rigor. A
lei que o município tem que implantar, ela é mais difícil para você implantar
ela, porque todo mundo é conhecido no pequeno munícipio. Aí a cobrança dos
donos das boates ao prefeito e às lideranças políticas do município é muito
grande. Então, se a lei é federal, é tranquilo. É só fazer acontecer",
explica.
Opinião
semelhante tem o prefeito Carlos Casteglione, de Cachoeiro do Itapemirim (ES),
município com 200 mil habitantes. "Uma lei federal pode ajudar os
municípios, porque torna a ação dos municípios mais eficaz. Tendo uma lei
federal, certamente, nós vamos ter mais poder ainda para cobrar a legalização
desses espaços, como casas de show e boates, em nossas cidades", afirma.
Contra
Por outro lado, o prefeito Avelar Ferreira, de São Raimundo Nonato - cidade com
35 mil habitantes, do Piauí -, afirma que uma lei federal para regulamentar o
funcionamento de boates tira a autonomia dos municípios.
"Na minha
concepção, tira, e muito. Eu acho que é uma obrigação do município. O município
tem que se fortalecer nesse sentido, para ter um corpo técnico à altura, para
que fiscalize essa questão de boates, de casas de show etc, para que não haja
[tragédia] como aconteceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul", defende.
O prefeito
César Moreira, do município de Rafard (SP), também critica a edição de uma lei
federal sobre o tema. A cidade tem 10 mil habitantes. César Moreira afirma que
as normas em vigor já são suficientes. "Se tiver alvará, licenciamento dos
bombeiros, tudo certinho, não tem necessidade [de lei] federal. É mais uma
burocracia, mais documentação, mais problema para os municípios",
argumenta.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário