Não foi surpresa. Paulo Barros, o inventor da alegoria humana na Unidos da Tijuca, considerado ele próprio ‘a novidade’ do desfile das escolas de samba, emocionou e deixou o público boquiaberto com uma comissão de frente que, desta vez, “perde a cabeça”. O efeito visual pode ter sido um pouco aquém da comissão que, no último carnaval, trocava de roupa em uma fração de segundo, mas deixou o público igualmente intrigado.
Afinal, como é possível um grupo de figuras assustadoras, em meio à coreografia, deixar cair a cabeça e, ainda assim, manter os olhares e expressões do rosto? De cara, o público descartava a hipótese de serem aquelas cabeças falsas – afinal, o mestre do carnaval não recorreria a um truque óbvio, barato.
O mérito, na comissão de agora, está novamente apoiado na coreografia e no figurino bem produzido, que transformou um movimento de dança na ilusão de que as cabeças rolaram tórax abaixo, sobre o carro abre-alas. O que os coreógrafos Rodrigo Nery e Priscila Motta criaram uma ilusão com a largura dos corpos dos componentes, ocultos em um, sobretudo com uma estrutura que sustenta os ombros, mesmo quando os dançarinos se abaixam.
E essa ‘abaixadinha’ é o golpe final da coreografia: com os ombros elevados, os componentes da comissão de frente fazem um movimento rápido, curvando-se e fingindo segurar a cabeça com as mãos. Está pronta a mágica, e quem perde a cabeça, em seguida, é o público nas arquibancadas, frisas e camarotes, diante do efeito arrebatador.
Fonte: Veja
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